Meia saiu do Barcelona visando ter mais minutos de jogo, mas em Munique terá que brigar por posição contra Ribéry, Robben, Müller e outros
Por Luiz Queiroga
Nesta terça-feira (16), o Bayern de Munique apresentou oficialmente o meia Thiago Alcântara, vindo do Barcelona. O brasileiro naturalizado espanhol chegou com o aval do técnico Pep Guardiola, com quem trabalhou na equipe catalão e expressou publicamente o desejo de tê-lo no time bávaro. Thiago, que tinha pouco espaço no Barça, optou por uma “mudança de ares” e disse que por ter sido indicado por Guardiola, resolveu migrar para o futebol alemão. O nome do atleta também esteve ligado ao inglês Manchester United.
– Queria uma mudança de ares, uma mudança radical. Mas tudo aconteceu de forma respeitosa. Pensei muito, analisei durante este tempo como foi minha última temporada no Barça. Quando terminou a Eurocopa (Sub-21), Pep me chamou e tomei a decisão – declarou.
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– O Barcelona foi minha casa durante muito tempo, estou muito agradecido e a saída não foi nada fácil. São duas equipes que estão no mesmo nível. Nunca vi na minha carreira um treinador como Pep. É um treinador diferente de todos
Xavi, Iniesta, Messi x Ribéry, Robben, Müller, Kroos, Shaquiri….
O principal motivo da saída de Thiago Alcântara do Barcelona foi a falta de espaço no elenco azul-grená. No esquema do técnico Tito Vilanova, o meia perdia espaço para os veteranos Xavi e Iniesta, além de ter Cesc Fábregas e Alex Song como concorrentes. A ida para o Bayern de Munique foi a solução de Thiago para ter mais tempo dentro de campo, mas, mesmo com respaldo de Guardiola, ele terá problemas para ser titular.
Na equipe alemã, a concorrência no meio de campo é enorme. Para se ter ideia, se não fosse pelo gol marcado na final da UEFA Champions League diante do Borussia Dortmund que decretou o título, o meia Arjen Robben estava com a saída decretada. O holandês vivia má fase e estava insatisfeito com a condição de reserva, que só se alterou quando o titular Toni Kroos se machucou. Sem com Robben a vida não foi fácil, para Thiago Alcântara também não será.
O elenco bávaro está repleto de grandes nomes do futebol mundial, como Thomas Müller, que teve uma temporada avassaladora, Franck Ribéry, principal jogador da França na atualidade, e até mesmo o menos badalado Shaqiri, que chegou do Basel por um alto investimento no início do ano. Além desses, Guardiola terá bastante pressão caso coloque na reserva a maior contratação para esta temporada, o meia Mário Götze, que chegou do rival Borussia Dortmund por mais de R$100 milhões.
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Até mesmo nomes como Schweinsteiger , Javi Martinez e do brasileiro Luiz Gustavo podem aumentar a concorrência no meio, por esses volantes contarem com qualidade para sair jogando e já terem sido usados mais à frente das posições originais deles. Segundo o jornal “Abendblatt”, a ida de Thiago ao Bayern foi vista como desnecessária pela imprensa local.
Problemas extracampos
Por mais que o brasileiro conte com o respaldo de Pep Guardiola, a relação dele com o atleta pode gerar certo incômodo para alguns atletas, como também expressou o “Abendblatt”. Se a concorrência já era acirrada, com Thiago o clima nos vestiários pode esquentar. O polêmico Robben não escondia a insatisfação quando esquentava o banco em boa parte da temporada passada.
Dificilmente Guardiola terá como colocar um meio de campo repleto de meias, o que obriga necessariamente que algum craque fique no banco. Ribéry é o mais “intocável” do elenco, seguido por Thomas Müller. Se Pep mantiver a formação tradicional do Bayern de 4-5-1, com um homem centrado na armação e dois abertos pelas pontas, a vaga em aberto será pelo lado direito do campo, na qual Robben e Kroos brigam pela titularidade. O elenco bávaro pode ser dito como um dos mais fortes da Europa, mas esse fator pode ser o principal obstáculo da nova era de Josep Guardiola.