Entrevista Exclusiva: L.P Rosemberg (Final)

30 09 2009

Nesta parte da entrevista o diretor de marketing do Corinthians defende a concessão do Pacaembu ao Corinthians, jogos no Maracanã e patrocínio para 2010.

JFC Por que arrendar o Pacaembu e não usar os R$100 milhões para construir um estádio para o Corinthians?

LPR – Primeiro: se eu for fazer um estádio novo, não faço por 100, tenho quer fazer por 400. Se você pensar o que são 300 milhões, deve dar uns três Kakás. O que a Fiel quer, tijolo ou Kaká?

Segundo: não estou arrendando o Pacaembu. Estou tendo uma concessão de exploração por 60 anos. Ora, ter por 60 anos a concessão ou ter um estádio, a coisa não é muito diferente. Por que um estádio depois de 60, a melhor que se tem a fazer é derrubar ele e fazer um novo, como o São Paulo vai descobrir já, já.

O que eu preciso é pegar o Pacaembu, que é a melhor localização no Brasil para um estádio.

Imagina: vou fazer um estádio à uma hora do Pacaembu, acaba o jogo meia noite, eu pego meu carro e em cinco minutos estou na minha casa, e a Fiel?

Como é que eu posso não explorar até a exaustão a possibilidade de ter um estádio pra Fiel que ela chega por três linhas de metrô diferentes: o da Doutor Arnaldo, o da Praça Marechal Deodoro e daqui a pouco o da Consolação.

Então eu preciso que a prefeitura me entregue o Pacaembu, com garantias de que eu posso fazer o seguinte: aumentar a segurança dele, porque, se com aquelas portinholas que ele tem, com aquelas escadarias, do jeito que ele é, sabe por que nunca teve um acidente grave? Por que coitado de São Jorge, esta lá de plantão toda vez que o Corinthians joga. Eu quero dar um sossego pro santo, vamos fazer um negócio mais inteligente.

Segundo: a Fiel não pode ser insultada ao ponto de ter que “mijar” num mictório de plástico, químico e  verde.

Eu tenho que ter liberdade de dar conforto pra Fiel.

Agora pelo Corinthians, tenho que ter camarote, cadeiras novas, área coberta, por quê?

Porque esse é meu jeito de ser Robin Hood, se eu não tiver um espaço pra “bater a carteira dos ricos” como  é que eu vou manter a arquibancada a um preço acessível pra torcida.

Se eu aumentar a capacidade do Pacaembu, modernizá-lo, isso vai custar os R$ 100 milhões. Eu não pago terreno, não pago o que já tem. Portanto, pra Fiel, a melhor solução é eu conseguir essa concessão.

Por outro lado, eu garanto a prefeitura o seguinte: aquele museu vai ser tratado como nunca foi, por que ele virando a casa do Corinthians, a visitação, o carinho por ele vai ser maior.

Eu não quero saber daquele clube [Clube Escola], pelo contrário, quero que seja usado pela vizinhança, se precisarem do que o Corinthians entende pra administra um clube, vamos fazer isso pra os moradores de graça. Eu vou cobrir e vou diminuir o ruído; vou construir estacionamentos e vou diminuir o desconforto que causa uma partida.

O Corinthians é a única instituição no Brasil que pode o Pacaembu e dizer: “eu não vou fazer shows porque eu não preciso, com a receita de jogo eu me viabilizo”. Então vou aliviar o risco de ter cerimônias religiosas semanais, quinzenais, o diabo lá.

E, finalmente, o Pacaembu na nossa mão vai virar um centro de atrações. Eu quero abrir o Pacaembu muito mais cedo, botar a Fiel pra dentro e ter mil oportunidades de diversão, quero fazer shows lá dentro, quero fazer a casa do Corinthians.

Ter o certificado de propriedade ou não é totalmente irrelevante. E eu economizo dinheiro pra contratar jogador.

Agora, se nada disso puder ser alcançado, se a prefeitura engrossar, se começar jogo político pra cima do Corinthians, se vier cambalacho de custo excessivo, aí o Pacaembu vai ser um dos grandes depósitos de ninhos de rato em São Paulo e nós vamos procurar nossa solução com lágrimas nos olhos.


JFC – Os torcedores reclamam e dizem que a camisa este ano foi “loteada”, como vai funcionar em 2010?

LPR – Vou fazer o que for preciso. Já estou negociando. Se for possível pegar  um patrocinador só, bem. Mas se precisar pegar cinco outra vez, vamos pegar, porque eu não posso ao mesmo tempo atender a um pleito de contratar um Riquelme e manter a camisa despoluída, desculpe, mas, ou você tem o bolo ou come o bolo.As duas coisas não dá pra fazer. E a nossa opção é por ter o time mais forte o ano que vem. Se tiver que fazer uma camisa como a desse ano e ainda por cima vender o patrocínio de Hipoglós na bunda eu vou fazer.

JFC – Já tem algum patrocínio fechado?
LPR – Posso dizer que, hoje, já tenho garantias de que a renda vai ser maior que a desse ano. Mas você sabe que sou muito guloso quando se trata de Corinthians, então vou esticar essas negociação até ter certeza de que vou ter o melhor preço.
Completamente diferente do ano passado quando tivemos de fazer isso no começo da Crise quando havia aquele clima de medo. Esse ano vai ser mais fácil.

JFC – Contratações?
LPR – Não sei nada disso. Uma das coisas que faz o Corinthians funcionar é a indepêndencia de cada diretor. Eu me meti no Ronaldo e no Defederico porque o Mário Gobbi achou que seria necessária uma negociação mais sofisticada, aí me chamaram. Mas nem pergutaram o que eu acho, falaram ‘vai lá e compra. E paga pouco e aproveita que estou calmo’. É assim. Da mesma forma ele não se mete nos problemas do marketing.

JFC – Pretende negociar com jogadores outra vez?
LPR – Toda vez que ele me chamar. Adoraria  negociar o Riquelme, meu sonho de consumo.

JFC – Ronaldinho Gaúcho e Tevez?
LPR – Nada, não sei de nada. Como o Edno, fiquei sabendo junto com vocês quando foi contratado. (risos)

JFC – Jogos no Maracanã?
LPR – Ah! Meu sonho! Meu sonho! Ou nós vamos fazer um amistoso internacional. Ou, nem que seja, um Corinthians e Santos, por exemplo, mas eu quero invadir o Maracanã denovo. Quero fazer isso com tempo, avisando antes, ajudando na logística, contratar ônibus. Mas mostrar o quê é a Fiel. Porque o espetáculo da invasão do maracanã contra o Fluminense foi  ter carimbado o seguinte: nenhum time consegue fazer isso, nenhum.
Quero fazer um jogo lá com tanto corinthiano e quero que qualquer outra torcida faça o mesmo em São Paulo.
Quero deixar carimbado na história que foi a maior movimentação de uma torcida adversária para outro estado.

JFC – Amistoso internacional com Corinthian-Casuals em 2010?
LPR –
Certamente ele virá. Sem dúvida.

Jogo Rápido

Corinthians –  Religião
Fiel Torcida – O motivo da existência do Corinthians
Andrés Sanchez – Uma benção na nossa história
Centenário – a maior festa que vai ter sido vista em São Paulo
Pacaembu – Nossa casa
Libertadores – O sonho que vai ser atingido
Marketing Esportivo – Geração de receita com emoção

JFC – Pretende ser presidente do Corinthians?
LPR – Não quero esse mal, nem à minha família, nem à Fiel Torcida.

Veja também:

Entrevista exclusiva: L. P. Rosemberg parte 1

Entrevista exclusiva: L. P. Rosemberg parte 2


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2 responses

30 09 2009
MEIRI ALENCAR

Bom mesmo é ver corinthiano dando conselhos sobre estádio ao SPFC,de resto muito boa a matéria!Parabéns!

30 09 2009
Fernando S. Correa

Fantastico!!
Excelente materia. Muito esclarecedora de muitos detalhes que ninguem conhecia.

A Fiel torcida agradece a otima materia aqui no JornalismoFC.

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